sexta-feira, 28 de agosto de 2009

MONÓLOGO "Os malefícios do fumo"


DANIEL ARAÚJO RETOMA O MÓNOLOGO “OS MALES DO TABACO”
Espetáculo será apresentado em João Pessoa, Sousa e Campina Grande
O monólogo Os Males do Tabaco (Malefícios do Fumo), do escritor russo Anton
Tchekhov, é retomado pelo ator Daniel Araújo em cinco apresentações nos meses de
agosto e setembro.
As duas primeiras apresentações acontecem em João Pessoa, nesse sábado e domingo
(22 e 23), no Teatro Ednaldo do Egypto, a partir das 20h. Nos dias 27 e 28, Araújo
encena o clássico da dramaturgia mundial na cidade de Sousa, integrando a
programação do Centro Cultural do Banco do Nordeste. No dia 2 de setembro, Os
Males do Tabaco estará na programação do Palco Giratório em Campina Grande.
Para esta nova montagem, o ator Daniel Araújo, que encena esse texto desde 2004,
afirma ter feito novas mudanças na encenação, buscando, a partir de agora, uma
forma não dramática de apresentar as novas platéias o autor russo Anton Tchekhov.
“A minha intenção nesta nova montagem é tentar levar para encenação um pouco do
impacto que o Tchekhov causou com a inovação na forma dramática em suas peças
em fins do século XIX”, afirma o ator.
Anton Tchekhov foi um dos primeiros escritores que apontaram o esgotamento do
“drama burguês” para dar conta de determinados assuntos que não cabiam mais
dentro desta forma especifica de representação.
Mais adiante outros escritores (Antoine, Maiakovisk, Brecht, Beckett, etc.)
radicalizariam ainda mais a forma dramática buscando alternativas para os novos
assuntos, adequando-os por sua vez a uma nova forma de expressão.
“Minha intenção é alimentar a encenação com alguns recursos que Tchekhov aponta
no texto. Peter Szondi aponta em Tchekhov as primeiras transformações no texto para
uma nova forma, identifica a impossibilidade do diálogo e a reconfiguração da própria
forma dramática nas renuncias dos seus personagens, com suas ações cansadas e a
pouca ação cênica. É o peso do passado e a insatisfação com o presente que isolam os
personagens de Tchekhov".
SINOPSE DA PEÇA
A peça “Os malefícios do fumo” ou “Os Males do tabaco” foi escrita por Anton
Tchekhov em 1887, tendo recebido uma segunda versão 1904. Ficou por muito tempo
desconhecida pelo grande público, talvez por se tratar de um monólogo. “Os
Malefícios” constitui uma pequena obra prima da dramaturgica mundial e possui as
marcas típicas da poética tchekhoviana: a brevidade, a economia de procedimentos, a
linguagem despojada, irônica, o humor e o aprofundamento psicológico das
personagens.
Ivan Ivánovitch Niúkhin, homem casado, cuja esposa é dona de um pensionato de
mulheres, encontra-se sozinho num pequeno auditório, onde se prepara para proferir
uma palestra sobre os malefícios do fumo. Mal começa a conferência dispara a dizer
tolices e trivialidades. O desconforto psicológico e emocional do personagem é latente.
O tédio se instala e o texto parece caminhar para algum lugar. O pathos da consciência
da velhice e do fracasso permeia toda a peça.
O que era extremamente engraçado no início transforma-se no sentimento do
contrário. O histriônico professor acaba revelando a miséria escondida por trás da sua
aparência. Ivanovitch compartilha com os espectadores os dissabores de uma vida sem
sentido agravada por um casamento arruinado que o impede de ser livre.
O Autor
Anton Tchekhov (1860-1904) tornou-se conhecido como dramaturgo e contista. Seus
contos breves revolucionaram as formas narrativas da época e propiciaram modelos
para a prosa do século XX. Escritor de sucesso desde sua estréia nas páginas de revistas
satíricas e literárias no início da década de 1880, Tchekhov começou a dedicar-se à
dramaturgia em 1886.
Escreveu dramas (A Gaivota, O Cerejal) e comédias (Ivanov, Tio Vânia, As três irmãs),
que, encenados no Teatro de Arte de Moscou sob a direção de Kostantin Stanisláviski,
ensejaram ao célebre diretor teorias e métodos sobre a arte de representar.
A partir das apresentações do Teatro da Arte fora da Rússia, suas peças inovadoras
consagraram-se nos palcos do mundo e estabeleceram padrões para dramaturgia
contemporânea.
Sobre o ator e diretor
Daniel Araújo é natural de João Pessoa. É especialista em Representação Teatral pela
UFPB e mestre em Língua e Literatura Francesa pela USP. É professor de francês e
integra o Grupo de Teatro Alfenim, onde estreou o espetáculo Quebra-quilos.
Começou no teatro ainda estudante secundarista, onde contracenou a peça O Homem
da Vaca e o Poder da Fortuna em 1992. É também desta mesma época sua presença
no espetáculo Romeu e Julieta no Faroeste Caboclo.
Ainda na década de 90, integrou a Anarrieh Companhia de Teatro, onde encenou A
Estupidez do Quarto, Quixote – O hilariante e venturoso sonho, e na seqüência
protagonizou em francês, a peça A Lição, de Eugène Ionesco, marco do teatro do
absurdo.
Ficha técnica do Espetáculo:
Direção, adaptação e interpretação: Daniel Araújo
Cenário e Figurino: Maria Botelho
Produção: TRATO Assessoria Produção Cultural
Fotos: Adriano Franco

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